O Mar Morto é na verdade um grande lago de águas salgadas (Fonte: o eco) |
E se o mar
resolvesse parar de se movimentar. Decepcionado com tanta luta, em vão, para sua
conservação, sucumbisse ao desânimo? Abandonaria o vai e vem das ondas para dar
lugar à calmaria de uma vida desiludida. Seria ele rebaixado à condição de
lago. Diminuiria sua capacidade de ser berço de inúmeras espécies. Somente
algumas sobreviveriam sem as correntezas que o mar se negaria a produzir.
O homem seria
também afetado pela inexplicável interrupção dos oceanos. Pescadores,
surfistas, mergulhadores, velejadores e, tantos outros, fatalmente estariam
desempregados. Qualquer ofício que se relacionasse ao mar estaria fadado ao
insucesso.
Firme na sua
decisão, o mar assistiria sua beleza definhando, sucumbindo. De um grande
agregador da vida, suas águas passariam a ser depósito de morte. Restos de
animais se aglomerariam em seu fundo sem que uma onda, um movimento fosse capaz
de levá-los para outros caminhos. As pessoas já não o olhariam com tanto
fascínio. Sua jornada passaria as ser sozinha, sem as visitas constantes que se
viam nos dias em ele batia.
Diante de um
cenário tão hostil o mar deixaria de ser um pouco egoísta e resolveria voltar
atrás em sua calmaria. As ondas bateriam fortes novamente, as correntezas
movimentariam os seres que dela dependiam, e o mar pensaria: “ficar parado não
produz vida e não me traz alegria”. (Thiago Camara)