quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Mãos que se juntam



Suas mãos estavam separadas. Não se olhavam, não se falavam, nunca mais haviam se encontrado. Estavam secas, ásperas, machucadas. Sentiam o peso do cansaço. Queriam apontar para o rumo certo e sair daquela estrada deserta onde não se enxerga um novo céu.
As mãos viviam desiludidas. Sonhando, deixaram de esperar. Esperando, deixaram de rezar. Seguindo, esqueceram de se reinventar. Faltava chegar aquele tempo. O momento oportuno para transformar a dor em fruto. Deixar a alegria desbancar o luto. Era um sinal. Era real, era, enfim, Natal.
Suas mãos voltaram a se tocar. Juntas se fortaleceram e voltaram a sonhar. Permaneceram unidas naquela fé de esperar. Sabiam que agora sim poderiam se transformar. Indicar novos caminhos, buscar outras soluções, se lançar no vazio para preenchê-lo com decisão.

E foi só o menino nascer que as mãos também se lembraram de agradecer. Por todos os dons que Ele fez nelas renascer. Pela vida nova que elas voltariam a se abastecer. E pela certeza de Ele nunca se esquece de quem um dia quis o reconhecer.   

Feliz Natal!
            Que Jesus renasça e renove a sua esperança,
            Thiago Camara 
  

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