O Gigante acordou. E não acordou rude, mal humorado, desalinhado. Levantou de um longo sono unido, bonito, pacífico, ordeiro, intenso. Na histórica segunda-feira, 17 de junho, o Gigante reuniu cerca de 250 mil pessoas, em onze capitais, simultaneamente. Impulsionados pelas redes sociais, milhares de jovens saíram do sofá e foram protestar nas ruas. No Distrito Federal, o Congresso Nacional foi tomado por manifestantes de forma pacífica. Emblemática noite de segunda-feira
Mar de gente na Av. Rio Branco. E não era carnaval. Era manifestação |
O Rio de Janeiro reuniu 100 mil pessoas. Todo o tipo de gente no asfalto da Rio Branco. Eram jovens do Ensino Médio, universitários, trabalhadores em geral. Uma brava gente, bem brasileira que cantava palavras de ordem contra o aumento da passagem de ônibus e os gastos com a Copa do Mundo.
O clima era ameno. E uma comunhão de insatisfação gerou um belo espetáculo de cidadania. No asfalto, os jovens eram maioria. No alto dos prédios, pessoas incentivavam a manifestação. Acenando, jogando papeis e piscando as luzes das janelas demonstrando adesão. Lá embaixo, a galera ia à loucura. Sentiam que estavam fazendo história.
Theatro Municipal ocupado sem danos ao seu patrimônio |
Os manifestantes atuaram de forma organizada ao longo do trajeto da Candelária à Alerj. Já na rua Primeiro de Março, uma minoria destoou do movimento pacífico e tentou manchar com vandalismo e violência uma noite majoritariamente de paz. As emissoras de tevê aberta até tentaram exaltar só este fato. Mais uma vez as redes sociais, revelaram seu protagonismo. Era de lá que vinha a verdade. O movimento foi registrado por posts, tweets, comentários, fotos. Na Cinelândia, o Theatro Municipal foi tomado em suas escadarias e janelas e emitiu nota, pelo Facebook, "que durante a manifestação nenhum dos seus prédios sofreu qualquer dano, apesar do grande número de pessoas que participaram da passeata de hoje à noite".
O Gigante acordou no momento certo. Os olhos do mundo estão voltados para ele. Mostrou sua cara. Sua juventude não é alienada e pode ser engajada. Como já havia acontecido pelo mundo, hoje vimos que no Brasil: “o post é a voz que nos libertará”. Agora é a hora de sair do sofá. (Texto: Thiago Camara. Fotos gentilmente cedidas por Arthur William)
É isso aí! Texto belíssimo, Thiago Camara. Parabéns e parabéns, Brasil!
ResponderExcluirObrigado, querida Juju! Hoje tem mais!! #vemprarua, às 17h na Candelária! O Rio de Janeiro vai mostrar a cara limpa do Brasil!
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