Estranha mania do ser humano em
priorizar certas coisas... Ama-se o animal de estimação com afeto extremo,
profunda admiração e carinho, mas é incapaz de ser gentil com o seu filho ou
marido (esposa) no convívio diário e na hora de levá-los para passear.
Nutre uma paixão avassaladora e dependente pelo futebol, mas esquece de quem o espera ansioso voltar dos seus momentos de catarse, desejando só alguns minutos de atenção.
Precisa de tantos cremes, perfumes
e tintas para se embelezar e esquece de traduzir beleza em gestos que, de fato,
poderiam encantar seu próximo, interna e externamente.
É dotado da capacidade de ser
agradável, amável e acolhedor e sequer desenvolve estas habilidades quando se
depara com um semelhante, acuado, deslocado, isolado.
Como pode uma sociedade que se diz
tão evoluída, mas não consegue enxergar o outro ao seu redor?
São muitos os seres invisíveis que
vivem de carne, osso e alma perambulando entre nós. Gente que, no meio dos seus,
tenta algum artifício para chamar atenção e ninguém vê. Vão para as redes
sociais e expõem suas tristezas mais doídas, suas carências mais vivas, em
busca de um comentário que lhe seja destinado. Corações que sofrem a exclusão
de outros insensíveis corações que não conseguem abrir mão das práticas
egocêntricas e egoístas. Somos todos iguais? Desde que seja cada um na sua. E a
humanidade que nos liga fica relegada a um segundo ou terceiro plano.
O ser humano é cheio das contradições. Diante de realidades visíveis, prefere o comodismo de fingir que não existem esses seres invisíveis. Vai ver que foi por isso que ainda naquele tempo, Jesus Cristo mandou na lata: “Amai ao próximo como a ti mesmo.” Mas pelo visto, tá difícil viver isso e cada vez mais fácil ser invisível. (Thiago Camara)
O ser humano é cheio das contradições. Diante de realidades visíveis, prefere o comodismo de fingir que não existem esses seres invisíveis. Vai ver que foi por isso que ainda naquele tempo, Jesus Cristo mandou na lata: “Amai ao próximo como a ti mesmo.” Mas pelo visto, tá difícil viver isso e cada vez mais fácil ser invisível. (Thiago Camara)
Penso que tudo isso seja fruto do processo de coisificação humana em que, cada vez mais, somos resumidos ao que temos, e não ao que somos. Transcendemos essa cultura para nossas relações interpessoais.
ResponderExcluirQuem não enxerga primeiramente a si mesmo, jamais conseguirá ver o outro. O homem invisível, na verdade, é todo aquele que ainda não se conheceu profundamente e, portanto, é míope para enxergar também o que quer que esteja a sua volta.