O verão europeu em um parque localizado na Villa Borghese, em Roma |
Saudade é fruto
do amor. É esperança do reencontro. Faz morada nos sensíveis. Inquieta os
amantes. Aumenta o amor dos apaixonados. É um sopro divino revelando um jeito
peculiar de ser humano.
Ressuscita almas
entristecidas. Restaura a alegria vivida. Reacende as mais belas experiências
do passado. E indica aquilo que pode ser fonte de um presente mais
agradável.
É sentimento que
exige pró-atividade. Os passivos se entristecem com ela. Os solitários se
desesperam. É doído quando não se consegue controlá-la. É como uma faca
constante enfiada no peito que segue sangrando a dor da ausência.
É um desafio
encará-la. É exercício diário. Faz rir e chorar. É expectativa de novidade. Faz
a alma sincera clamar por um minuto sequer reviver o que passou. Pode ser a
lembrança do riso, o velho ombro-amigo, a presença do ente querido, o carinho
dispensado ou aquele amasso no carro. Faz suspirar. Inspira o poeta que
sufocado canta “chega de saudade!”
Os dias passam
rapidamente e, às vezes, a saudade fica adormecida. Espera o instante certo
para ser recorrida. Volta e meia dá sintomas de sua existência, mas não tem
remédio. Não tem cura, nem dá sinais de deixar de habitar entre nossos
sentimentos e emoções. Sem bula para orientação, pega de surpresa até o mais
duro coração.
Saudade, na verdade, não se explica.
Não tem
tradução.
É experiência.
Saudade...
É vida!
(Foto e texto: Thiago Camara)
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