Hoje eu vi a
bondade de perto. Ela tinha um olhar sincero. Um rosto tranquilo, de quem sabe
o que é ser honesto. Sua expressão era calma e denunciava a alegria de uma alma
sedenta por agir de modo correto. A bondade não se apropria do que é do outro
nem espera um milagre para poder bancar um sujeito esperto. Ela é reta. Se
alivia com o alívio alheio e sabe partilhar tudo como numa grande ceia.
Ela existe bem
perto. Mas insistem em fazer dela notícia só em momentos dispersos, como se ela
fosse um substantivo exclusivo de momentos inéditos. Ora, por que nos acostumamos a achar que a
bondade é o anormal? O ser humano é muito mais belo e completo quando a carrega
no braço. Ela transforma ambientes. Ilumina corações e desperta mentes
engessadas e desiludidas.
Ela nasce na
leveza de quem acredita que sua beleza é não querer ser só esperteza. Às vezes
é ingênua e descansa em sorrisos e gestos celestiais. A bondade é um tesouro
escondido que procura abrigo nos lares em que a ela é permitido morar.
A bondade é afável.
Se entrega na certeza de manter esperança. Não opta pela vingança, nem perde a
lembrança de ser um tanto vital. É carinho, é sorriso, é o lado essencial para
o ser humano que quer viver de modo natural. (Thiago Camara)