terça-feira, 26 de junho de 2012

Bondade





Hoje eu vi a bondade de perto. Ela tinha um olhar sincero. Um rosto tranquilo, de quem sabe o que é ser honesto. Sua expressão era calma e denunciava a alegria de uma alma sedenta por agir de modo correto. A bondade não se apropria do que é do outro nem espera um milagre para poder bancar um sujeito esperto. Ela é reta. Se alivia com o alívio alheio e sabe partilhar tudo como numa grande ceia.  
Ela existe bem perto. Mas insistem em fazer dela notícia só em momentos dispersos, como se ela fosse um substantivo exclusivo de momentos inéditos.  Ora, por que nos acostumamos a achar que a bondade é o anormal? O ser humano é muito mais belo e completo quando a carrega no braço. Ela transforma ambientes. Ilumina corações e desperta mentes engessadas e desiludidas.
Ela nasce na leveza de quem acredita que sua beleza é não querer ser só esperteza. Às vezes é ingênua e descansa em sorrisos e gestos celestiais. A bondade é um tesouro escondido que procura abrigo nos lares em que a ela é permitido morar.  
A bondade é afável. Se entrega na certeza de manter esperança. Não opta pela vingança, nem perde a lembrança de ser um tanto vital. É carinho, é sorriso, é o lado essencial para o ser humano que quer viver de modo natural. (Thiago Camara) 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A coragem de amar



             






         O Amor é, foi e sempre será muita coisa. Começa tímido. Aparece disfarçado de paixão. É conquistado e doado a cada etapa da sedução. Dos olhares desejosos aos cortejos generosos, o amor se traduz em palavras para atingir a pessoa amada. O gesto legitima o que se fala. E se prova no fogo, no meio de muita emoção. Dificilmente racional, o amor pressupõe entrega e se entrega sempre que encontra o ser desejado. 

         Amar é sentir saudade. Lembrar dos carinhos dispensados, do prazer daquele beijo molhado, das declarações ao pé do ouvido, dos olhares furtivos. É deixar-se surpreender.

         Amar é a necessidade de conhecer sempre mais. E a graça de compreender o ser amado cada vez melhor. É quando não se domina o que sente apenas se entende que ele precisa expressar. O afeto, a carícia, a fala não dita através do olhar.

         O amor surpreende os corações endurecidos, potencializa os românticos. Mas faz morada mesmo nos corações corajosos. Eles entendem a arte de amar. O amor é próprio de quem mantém a leveza e a liberdade que só este sentimento pode dar.

         Amar é trabalhar na luta contra a rotina e fazer florescer novidade em meio às adversidades. Ser simples presença amiga, refletida em gesto concreto, é decidir permanecer unido ao outro nas tormentas e festividades.

         Amar é respeitar o outro e promovê-lo em seus talentos e dons. É não querer sufocar. É não fazer do ser desejado um latifúndio improdutivo que receia em ser invadido ao menor sinal de desilusão.

         O amor é nobre e gratuito. É um desafio profundo de quem se arrisca na coragem de amar. (Thiago Camara)