Chegava
apressado, como se o tempo o desafiasse a correr além do seu ritmo. Pensava
estar atrasado para cumprir seu compromisso. Dias e noites passaram e a razão sugeria
que o melhor era desistir. O coração alertava que o rumo certo era seguir. E
assim o fez.
Diante daquela
imensidão viu seu rosto relaxar. O vento bagunçava-lhe os cabelos. As pernas
sentiam-se envolvidas pelo ar. E suas mãos suavam daquela ansiedade de esperar.
Avistou de longe
um vulto. E, logo, ficou mudo. O silêncio o impedia de continuar. Teve receio
de um passo em falso dar. Imaginou o que seria se tivesse voltado a toa àquele
lugar.
Recuperado do
susto, coragem em punho, caminhou ao encontro do mar. Ela estava lá. À sua espera. Ela e o mar. Um quadro
emoldurado para em sua mente eternamente habitar.
O encontro, o
sorriso, o suspiro, o som das ondas a embalar. Um enlace perfeito que aguardava
só o tempo certo para se concretizar.
A alegria, a
saudade, a coragem em se lançar. Seguir a partir dali. Rumo ao infinito. No claro ou escuro, ter a
certeza de que juntos navegariam naquele mesmo mar.
A paz passeava
por ali com a brisa a soprar. Ali começava para eles um novo céu. Uma nova
terra eles iriam habitar e para sempre seus olhos iriam se sustentar.
Depois do encontro não foram mais vistos. Diante
daquele imenso mar, não deixaram sinais ou vestígios. Só se sabe que, naquele
instante, o amor escolheu a casa deles pra morar. (Thiago Camara)
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