Suas
mãos estavam separadas. Não se olhavam, não se falavam, nunca mais haviam se
encontrado. Estavam secas, ásperas, machucadas. Sentiam o peso do
cansaço. Queriam apontar para o rumo certo e sair daquela estrada deserta onde
não se enxerga um novo céu.
As mãos
viviam desiludidas. Sonhando, deixaram de esperar. Esperando, deixaram de
rezar. Seguindo, esqueceram de se reinventar. Faltava chegar aquele tempo. O
momento oportuno para transformar a dor em fruto. Deixar a alegria desbancar o
luto. Era um sinal. Era real, era, enfim, Natal.
Suas
mãos voltaram a se tocar. Juntas se fortaleceram e voltaram a sonhar.
Permaneceram unidas naquela fé de esperar. Sabiam que agora sim poderiam se
transformar. Indicar novos caminhos, buscar outras soluções, se lançar no vazio
para preenchê-lo com decisão.
E foi
só o menino nascer que as mãos também se lembraram de agradecer. Por todos os
dons que Ele fez nelas renascer. Pela vida nova que elas voltariam a se
abastecer. E pela certeza de Ele nunca se esquece de quem um dia quis o
reconhecer.
Feliz Natal!
Que Jesus renasça e renove a sua esperança,
Thiago Camara
Que Jesus renasça e renove a sua esperança,
Thiago Camara