A dor que consome os sentidos parece zumbir os ouvidos atormentando o caminho que se percorreu. As lágrimas correm como um rio que diluem certezas e virtudes revelando indecisão. O vento não soprado é ânsia de um novo tempo aguardado entre folhas e rabiscos pelo chão.
Pode ser fome,
pode ser sede, pode ser desesperança, pode ser angústia ou ansiedade que
inquietam o coração.
O rastro do sono
perdido escolhe um motivo para o consolo bem vindo que acalma e estende a mão.
O choro escondido,
o perigo de ser visto, o pensamento arrependido a indecisão de se lançar no
risco.
Nada parece ter
sentido.
Nem a folha que
cai no abismo.
Nem a ave que
anuncia a despedida.
Nem a alegria
esquecida.
Tudo se move sem brilho.
Tudo se move sem brilho.
De repente o sol
surge distante. Reacende a claridade e preenche a cidade vazia. As nuvens
ensaiam sair de cena para dar lugar ao novo dia. O mar reflete aquele verde de
esperança. O vento volta a soprar mudança, a criança dilata aquele sorriso que
encanta...
O homem segue em
frente e deixa de viver só de lembranças.
(Thiago Camara)
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