quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ele é esperança
Ela nasce no escuro e surge no horizonte noturno onde os olhos não podem ver
Ela surge brilhante, uma luz incessante que aquece o peito de quem a resolve acolher.
Ela renova a lembrança de um ser que avança sem medo de viver.
Ela é a liberdade de sonhar, a certeza de alcançar, a graça que há em amar.
Ela se faz menino que mesmo sem abrigo decide em nós renascer.
Ela se chama esperança, mas também tem por nome Jesus.
Feliz Natal e um 2013 cheio de esperança!
Thiago Camara
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Cenas urbanas
Outras cenas urbanas são gentilezas que fazem parte do nosso dia a dia |
Duas cenas clássicas do cotidiano urbano. Tinham tudo para dar errado. E reforçariam minha certeza de que a humanidade está perdida, de que o “olho por olho, dente por dente” é o que prevalece, de que o homem é um idiota mesmo que vai morrer sozinho com seus gadgets, tablets, Iisso, Iaquilo, porque só sabe se relacionar com – e por meio das – as máquinas.
Fui surpreendido.
Chegava a uma Ipanema de sol a pino em pleno primeiro sábado do mês. Praia lotada, todo mundo querendo se preparar para o verão. Devia ter gente de todo lugar da cidade. A Lagoa Rodrigo de Freitas, ali bem próxima, estava com seu entorno quase que todo interditado para estacionamento. Eu e minha namorada tínhamos um compromisso no meio da tarde, neste cenário, e precisávamos de uma vaga para estacionar o carro. Rodamos um pouco e, incrivelmente, na Visconde de Pirajá (rua principal do bairro) vimos um cidadão colocando uma toalha na mala do seu veículo. Pensamos: “ih agora que nos viu parados, vai fazer hora, fingir que não está nos vendo, só pra ter o prazer de jogar na nossa cara que ele sai da vaga na hora que ele quiser...” e outras coisas que os cariocas adoram fazer nos estacionamentos dos shoppings centers. Perguntamos se ele ia sair. E ele veio até o nosso carro e “todo preocupado” disse: “Vocês podem esperar um pouquinho? É que meu caro está fervendo (estava no sol) e eu estou esperando minha esposa que entrou ali na galeria”. Olhamos um para a cara do outro e pensamos em voz alta, claro! Acertamos na loteria. Uma vaga em Ipanema, em dia de sol.
Como se não bastasse, a gentileza do nobre cidadão continuou. Vendo que a esposa demorava além da conta nas vitrines da galeria, ele preocupado em nos fazer esperar ainda mais, foi atrás dela, a apressou para entrar no carro e sair para dar lugar a nós. A esposa chegou com a filha. A menina entrou no banco de trás com o pai e a mãe seguiu ao volante. Antes que ela terminasse a manobra, o nobre cidadão ainda virou-se para trás, acenou e deixou na gente uma sensação de esperança e certeza de que educação e gentileza são inspiradores nos dias de hoje. Ganhamos o sábado.
A outra cena foi no Grajaú, bairro em que moro. Estava saindo de casa para fazer natação e tocou o interfone. Era o porteiro dizendo que o vizinho de umas quatro casas para trás estava lá embaixo reclamando que nosso carro, que fica na rua, estava atrapalhando seu entrar e sair de casa. Detalhe o carro já estava parado na frente da casa dele há alguns meses. Já desci, pensando no pior. Ao chegar à portaria me deparei com um senhor de cabelos brancos, muito educado, simpático e que ficou me pedindo desculpas por estar me importunando. “Imagina, vamos lá resolver isso”, eu disse quase que emendando num convite para ele subir e tomar um café comigo. Na porta de sua casa, coloquei o carro poucos metros para trás e acabei com o incômodo que o estava inquietando. Ele me agradeceu demais e pediu também mais desculpas por ter tomado meu tempo. Resultado: conheci um vizinho educado, prestativo, simpático, gentil. E tive a certeza de que há muitas mentes e corações bondosos e solícitos escondidos nos nossos centros urbanos. Pena que encontrá-los me causou tamanho espanto inicial e vontade de escrever este texto para disseminar esses gestos simples para além do meu peito. Poderia ser sempre assim. Ganharíamos os dias. (Thiago Camara)
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Namorar
Se o amor chegou faz tempo, não deixa ele morrer por dentro.
O dia traz a chance de recomeçar.
À noite é certeza de poder encontrar.
Sorriso sincero, aquele jeito reto, a paz que emana do olhar.
Nada pode ser senão beleza.
Espera ansiosa de quem se reconhece na franqueza.
Se o tempo é inimigo do amor?
Só para aqueles que nas primeiras brigas o substituem pelo rancor.
O sol vem iluminar e a lua conosco se apaixonar.
As estrelas enfeitam o céu, lugar onde a gente, um dia, vai morar.
Nada pode ser senão certeza.
Que mexe por dentro e acalma o coração no tormento.
Se me faz melhor, não pode ser um samba de uma nota só.
Tem que ser recíproco e contínuo.
É testar a paciência, ser alegria na ausência,
é a chance que se tem de sempre caminhar.
Nada pode ser senão leveza.
Que conquista de primeira e leva a dureza pra longe daqui.
Se é luz no escuro, se me encanta o futuro que posso trilhar, se é cuidado puro...
Ah! nada pode ser senão namorar, noivar e um dia, enfim, casar! (Thiago Camara)
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
"Avenida Brasil"
Boa parte do Brasil, inclusive este blogueiro, acompanhou com militância “Avenida Brasil”, novela das nove, da Rede Globo. Este folhetim, de fato, é envolvente e bem escrito. Mas o tema central do enredo não é lá muito novo assim. A vingança tem sido assunto recorrente nas últimas novelas globais exibidas no horário nobre. Povoou os capítulos de “A Favorita” (2008), de João Emanuel Carneiro, o mesmo de Avenida Brasil; “Passione” (2010), de Silvio de Abreu; Fina Estampa (2011), de Aguinaldo Silva, entre outras.
Dizem que ela é um prato que se come frio. Outros afirmam que ela não compensa. O fato é que a vingança ilude, cega e dá uma falsa sensação de justiça. A pessoa que se deixa dominar por este sentimento se perde nele mesmo e ainda tem a pretensão de fazer o papel de Deus, nesta ânsia em dar o troco por algum mal realizado. Vamos à novela. Rita/Nina passou sua vida inteira com a ideia fixa de se vingar de sua madrasta Carminha por um roubo cometido e todo mal praticado contra o seu falecido pai. Nesta obsessão por acabar com a vida da ex-madrasta, Nina perde referenciais, valores, e até o amor que nutre por Batata/Jorginho seu namorado de infância que conheceu no lixão onde morou. O papa João Paulo II dizia que “o homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido...”. Sendo dominada pelo sentimento da vingança, Nina perde sua beleza e generosidade, além de passar a ser estranhada por aqueles que conviviam com ela anteriormente ao plano ser colocado em prática.
Apesar de acompanhar a novela, achei pesado o núcleo central que envolve as protagonistas mesmo para horário em que é veiculada. Suas cenas são carregadas de tensão. Num Brasil ainda com alto índice de analfabetismo, temos milhares de analfabetos midiáticos. E é aí que mora o perigo. A força da TV é tão grande, que o povo pode adotar a vingança como prática instituída, na ausência de uma justiça eficaz e rápida, e transformar o faz de conta em ação, a ficção em realidade.
O que me pergunto é por que não se contam histórias que podem ir além do simples entretenimento? Num Brasil tão manchado pela corrupção, desonestidade, ganância e injustiça, a novela brasileira pode tratar de valores. Falar de valores é falar de vida, é dar ao ser humano aquilo que o preenche como indivíduo. E não me venham dizer que estes assuntos não dão audiência. Aqui neste blog já escrevi sobre a bela novela das seis, de Lícia Manzo, "A Vida da Gente". O folhetim abordou dramas reais e existenciais de seus personagens. Suas dificuldades com as surpresas da vida, angústias pelas escolhas que fizeram e pelos papéis que desempenharam nos relacionamentos uns com os outros.
João Emanuel Carneiro optou pelo caminho inverso. Ao invés de valorizar coisas boas, trouxe à tona a sujeira que a humanidade se permite viver. Fez uma novela realista. O pano de fundo, não poderia ser mais simbólico: um lixão. Lá tudo começou e deve terminar. As protagonistas foram criadas numa condição sub-humana de se trabalhar. Catando restos, tralhas e trecos, e ao saírem de lá permaneceram impregnadas de imundícies que mancharam até suas almas e caráter. O fato de viverem dia a dia com o lixo não justifica nenhuma de suas atitudes no decorrer do folhetim. E nem que no lixo só haja sujeira e podridão. Como diz o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre: “O importante não é o que fizeram de nós, mas o que nós mesmos fazemos com aquilo que fizeram de nós”.
Nesta realista novela, com Carminha o autor mostrou como se pode estar rodeado de pessoas hipócritas que fazem discursos, invocam o nome de Deus, mas não vivem o que dizem. E ao mesmo tempo, de como o mundo é feito de Adautos que não sabem nem se expressar direito, mas tem uma retidão de coração e caráter inabaláveis. Ou de um Tufão que para amenizar sua culpa de ter atropelado um homem, deixa-se enganar pela suposta viúva abandonada. Além dos apaixonados Jorginho que não desistiu do seu grande amor, e Monalisa que por comodismo quase perdeu seu Tufão para sempre.
Voltando à ficção. “Avenida Brasil” é um exemplo de afinação entre texto e direção. Suas cenas ficarão na memória da teledramaturgia brasileira. Cenas que nos faziam pensar que se tratava de um filme, em plena sala de casa. Mesmo com o deslize do núcleo Zona Sul que com uma história piegas não teve fôlego para chegar ao final da novela, o saldo é positivo. Com drama, suspense, comédia e ação. Uma mistura boa e inquietante. Talvez este tenha sido seu maior mérito: saber contar bem sua história. (Thiago Camara)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O baile do vento e do mar
Queria me banhar nas águas do teu sofrido olhar. Pegar carona com o vento e cheirar seu perfume novo pra me acalmar. Lançar-me nos mares de ti e sentir-me escolhido por ser o primeiro do teu pensar.
Como onda que se entrega, nela quero tudo aquilo que me faz sonhar. Seu abraço, o amasso, a cena que deixamos por realizar. O corpo em chamas só tua água pode acalmar. É lembrar-me ser teu abrigo, o amigo que te impulsiona ao te escutar.
Há de certo que o barco espera a gente para começar a navegar. Quero estar pronto, disposto a ver teu rosto coberto pela alegria que anima meu esperar. A paixão que me encanta ainda tem eco naquelas primeiras trocas de olhar. De hoje em diante, quero voltar a bailar como a sintonia do vento e do mar.
(Thiago Camara)
terça-feira, 31 de julho de 2012
O Grande Encontro
Seus pensamentos vinham intensos e mansos. Tinha a chance de trazer sua vida de volta ao rumo que um dia descarrilou. O peito estufava a cada respirada e logo os olhos eram preenchidos de lágrimas. As águas salgadas desciam com um misto de arrependimento e esperança. Vivia um novo encontro.
Havia abandonado um grande tesouro. Negara todas as alegrias e vivências compartilhadas por longos anos de convívio. Foram promessas cumpridas, vitórias divididas, lutas combatidas e tudo isto tinha ficado ao largo de sua vida.
Ouvia uma voz interior dizendo: “sempre é tempo de recomeçar”. Pensava que de tão clichê esta afirmação poderia lhe ser útil neste momento de reencontro. Era a oportunidade de dar uma chance à coragem que estava adormecia dentro de si.
Ele estava ali diante dos seus olhos. Imenso, infinito, profundo e manso. Parecia que estava à espera do seu passo. Ansioso por recebê-lo mais uma vez em seus braços. O mar tinha todo um jeito de fazê-lo sentir-se mais perto de Deus. Era como se o Criador tivesse preparado aquele cenário para falar novamente do seu amor.
Naquela manhã, era como se Deus tivesse se personificado naquele mar para trazer seu filho de volta ao caminho. Não podia mais deixar de contar com aquele que um dia o ensinou a ser também pescador de homens. As ondas batiam com mais fervor. O vento soprava um novo impulsionar. E o sol iluminava seus pensamentos com fé e poesia. Vivia um novo encontro. Mas este era como se fosse o grande encontro. (Thiago Camara)
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Um novo vigor para fé
Falta um ano para o maior evento da Igreja Católica chegar ao Rio de Janeiro. A Jornada Mundial da Juventude, em Madrid, marcou minha experiência de fé. Ganhei novo ânimo, vida nova, para seguir na minha caminhada com Jesus Cristo. Sua proposta é atualizada a cada novo discípulo que decide segui-lo.
Este texto foi escrito durante a minha estada em Madrid e originalmente publicado no Jornal O Testemunho de Fé, da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
*Agradeço a prima Fernanda Ferreira pela tradução para o inglês e a amiga Rosiane Rigas pelas versões em espanhol e francês.
Cheguei a Madrid cansado de caminhar na fé. Porém, a cada encontro, celebração ou atividades propostas sentia-me revigorado na alma. O cansaço físico também me acompanhou em todos os dias da Jornada Mundial da Juventude. Era a alegria de ver uma Igreja vibrante que atenuava minhas dores do corpo. Vivia intensamente o tema da JMJ e sentia-me cada vez mais enraizado em Cristo, firme na fé.
O rosto de Jesus estava aqui com diferentes cores, formatos, tamanhos e expressões. Principalmente, no sorriso acolhedor do Papa Bento XVI, aclamado por milhares de vozes a uma só voz. As palavras do Santo Padre incitavam os jovens a uma nova evangelização. Ele pedia para sermos criativos e saudava-nos em diversas línguas, mostrando a universalidade da Igreja de Cristo.
Os bispos brasileiros estão sendo verdadeiros apóstolos, no ensino da catequese. A acolhida da Igreja de Madrid está sendo "muy buena". Aliás, o Brasil é muito bem acolhido por todas as nações que aqui estão. Nesta festa da fé, a Igreja Católica do mundo inteiro está representada e a esperança de aqui na Terra construir o Reino dos Céus é renovada.
Em sua arquitetura, parques e avenidas, a imponente cidade de Madrid e o mundo, ali representado, testemunhavam a imponente presença de Jesus Cristo. Sua Igreja, mais viva do que nunca, seguirá com o desafio de levar o Evangelho aos jovens de todo mundo. As dificuldades do anúncio são as mesmas: o jovem de hoje está muito ocupado, não tem tempo para Jesus. Mas o estímulo à missão é o mesmo que leva há mais de 2 mil anos homens e mulheres a se gastarem no serviço ao Bom Pastor.
Eu, impactado e refeito, só posso sair daqui querendo ser o Cristo que experimentei. O cansaço, tornou-se mero detalhe. (Thiago Camara)
A new force for faith
By Thiago Camara
I reached Madrid tired of walking in faith. Thus, at each meeting, celebration or activity proposed, I felt like my soul was renewed. The physical exhaustion also joined me throughout the World Youth Day.
The joy of seeing such a vibrating church was what softened my ached body. I lived the WYD theme intensively and felt even more rooted in Christ, tough in faith.
The face of Jesus was present in different colors, shapes, sizes and expressions. Mainly on Pope Bento XVI smile, acclaimed by thousands of voices combined in one. The words of the Holy Father urged the youth for a new evangelization. He claimed for us to be more creative and greeted us in different languages, showing the universality of the Church of Christ.
The Brazilian bishops are true apostles in the teaching of catechesis. The Madrid Church welcome was "muy buena". In fact, Brazil is always welcomed by all the nations present here. In this party of faith, the Catholic Church world wide is represented. And the hope to build a Kingdom of Heaven on earth is renewed.
In its architecture, parks and avenues, the magnificent city of Madrid, and the world represented there, witnessed the imposing presence of Jesus Christ. His Church, more alive than ever, will continue with the challenge to take the Gospel to youth all over the world. The inicial difficulty is the same: the current youth generation is busy and lacking time for Jesus. But the incentive is the same mission that for 2.000 years has taken men and women to consume themselves in the service of the Good Shepherd.
And I, impacted and remade, can only walk out of here wanting to be the Christ that I experienced. Fatigue then became a slight detail.
Una nueva fuerza de la fe
Thiago Camara
Me vine a Madrid cansado de caminar en la fe. Sin embargo, en cada uno de las actividades de reunión, celebración o en proyecto, me sentí refrescado el alma. El cansancio físico también me acompañó todos los días del Día Mundial de la Juventud. Fue una alegría ver a una iglesia vibrante que calificaron mi dolor en el cuerpo. Vivió intensamente el tema de la JMJ y me sentí más arraigados en Cristo, en la fe.
El rostro de Jesús estaba allí con diferentes colores, tamaños, formas y expresiones. Sobre todo, la sonrisa de bienvenida del Papa Benedicto XVI aclamado por miles de voces con una sola voz. Las palabras del Papa instó a los jóvenes a una nueva evangelización. Pidió que ser creativos y nos saludó en varios idiomas, que muestra la univers
alidad de la Iglesia de Cristo.
Los obispos brasileños son los verdaderos apóstoles, la enseñanza del catecismo. La acogida de la Iglesia de Madrid es "muy buena". De hecho, Brasil es bien recibida por todas las naciones que están aquí. En esta fiesta de fe de la Iglesia Católica y el mundo se representa la esperanza en la tierra para construir el reino de los cielos se renueva.
En su arquitectura, parques y paseos, la magnífica ciudad de Madrid y el mundo representado allí, testigo de la imponente presencia de Jesucristo. Su iglesia, más vivo que nunca, continuará con el desafío de llevar el Evangelio a los jóvenes de todo el mundo. Las dificultades de los anuncios son las mismas: los jóvenes de hoy están muy ocupados, no hay tiempo para Jesús. Sin embargo, el estímulo es la misma misión que tiene más de 2.000 años hombres y mujeres para pasar al servicio del Buen Pastor.
Me impactó y rehacerse, solo puedo salir de aquí queriendo ser el Cristo que he experimentado. La fatiga se convirtió en un mero detalle.
Une nouvelle force de la foi
Thiago Camara
Je suis venu à Madrid, fatigué de marcher dans la foi. Cependant, à chaque activités réunion, fête ou je me sentais rafraîchi proposé l'âme. La fatigue physique s'accompagne également m'accompagneront tous les jours de la Journée Mondiale de la Jeunesse. Ce fut une joie de voir une église vivante qui se sont qualifiées mes courbatures. Il a vécu intensément le thème de la JMJ et je me sentais plus enracinés dans le Christ, dans la foi.
Le visage de Jésus était ici avec différentes couleurs, formes, tailles et d'expressions. Principalement, le sourire accueillant du pape Benoît XVI salué par des milliers de voix d'une seule voix. Les paroles du pape a exhorté les jeunes à une nouvelle évangélisation. Il a demandé à être créatifs et nous ont accueillis dans des langues différentes, montrant l'universalité de l'Église du Christ.
Les évêques brésiliens sont de vrais apôtres, enseignant le catéchisme. L'accueil de l'Eglise de Madrid est "muy buena". En fait, le Brésil est bien accueillie par toutes les nations qui sont ici. En cette célébration de la foi de l'Église catholique et le monde est représenté l'espoir sur la terre pour construire le royaume des cieux est renouvelé.
Dans son architecture, ses parcs et promenades, la magnifique ville de Madrid et le monde qui y sont représentés, témoins de la présence imposante de Jésus-Christ. Son église, plus vivant que jamais, va continuer à relever le défi d'apporter l'Evangile aux jeunes du monde entier. Les difficultés de l'annonce sont les mêmes: les jeunes d'aujourd'hui sont trop occupés, pas de temps pour Jésus. Mais le stimulus est la même mission qui prend plus de 2000 hommes ans et les femmes à passer au service du Bon Pasteur.
J'ai touché et refait, je ne peux laisser ici de vouloir être le Christ que j'ai vécu. La fatigue est devenu un simple détail.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Bondade
Hoje eu vi a
bondade de perto. Ela tinha um olhar sincero. Um rosto tranquilo, de quem sabe
o que é ser honesto. Sua expressão era calma e denunciava a alegria de uma alma
sedenta por agir de modo correto. A bondade não se apropria do que é do outro
nem espera um milagre para poder bancar um sujeito esperto. Ela é reta. Se
alivia com o alívio alheio e sabe partilhar tudo como numa grande ceia.
Ela existe bem
perto. Mas insistem em fazer dela notícia só em momentos dispersos, como se ela
fosse um substantivo exclusivo de momentos inéditos. Ora, por que nos acostumamos a achar que a
bondade é o anormal? O ser humano é muito mais belo e completo quando a carrega
no braço. Ela transforma ambientes. Ilumina corações e desperta mentes
engessadas e desiludidas.
Ela nasce na
leveza de quem acredita que sua beleza é não querer ser só esperteza. Às vezes
é ingênua e descansa em sorrisos e gestos celestiais. A bondade é um tesouro
escondido que procura abrigo nos lares em que a ela é permitido morar.
A bondade é afável.
Se entrega na certeza de manter esperança. Não opta pela vingança, nem perde a
lembrança de ser um tanto vital. É carinho, é sorriso, é o lado essencial para
o ser humano que quer viver de modo natural. (Thiago Camara)
segunda-feira, 11 de junho de 2012
A coragem de amar
O Amor é, foi e sempre será muita coisa. Começa tímido. Aparece disfarçado de paixão. É conquistado e doado a cada etapa da sedução. Dos olhares desejosos aos cortejos generosos, o amor se traduz em palavras para atingir a pessoa amada. O gesto legitima o que se fala. E se prova no fogo, no meio de muita emoção. Dificilmente racional, o amor pressupõe entrega e se entrega sempre que encontra o ser desejado.
Amar é sentir saudade. Lembrar dos carinhos dispensados, do prazer daquele beijo molhado, das declarações ao pé do ouvido, dos olhares furtivos. É deixar-se surpreender.
Amar é a necessidade de conhecer sempre mais. E a graça de compreender o ser amado cada vez melhor. É quando não se domina o que sente apenas se entende que ele precisa expressar. O afeto, a carícia, a fala não dita através do olhar.
O amor surpreende os corações endurecidos, potencializa os românticos. Mas faz morada mesmo nos corações corajosos. Eles entendem a arte de amar. O amor é próprio de quem mantém a leveza e a liberdade que só este sentimento pode dar.
Amar é trabalhar na luta contra a rotina e fazer florescer novidade em meio às adversidades. Ser simples presença amiga, refletida em gesto concreto, é decidir permanecer unido ao outro nas tormentas e festividades.
Amar é respeitar o outro e promovê-lo em seus talentos e dons. É não querer sufocar. É não fazer do ser desejado um latifúndio improdutivo que receia em ser invadido ao menor sinal de desilusão.
O amor é nobre e gratuito. É um desafio profundo de quem se arrisca na coragem de amar. (Thiago Camara)
Amar é a necessidade de conhecer sempre mais. E a graça de compreender o ser amado cada vez melhor. É quando não se domina o que sente apenas se entende que ele precisa expressar. O afeto, a carícia, a fala não dita através do olhar.
O amor surpreende os corações endurecidos, potencializa os românticos. Mas faz morada mesmo nos corações corajosos. Eles entendem a arte de amar. O amor é próprio de quem mantém a leveza e a liberdade que só este sentimento pode dar.
Amar é trabalhar na luta contra a rotina e fazer florescer novidade em meio às adversidades. Ser simples presença amiga, refletida em gesto concreto, é decidir permanecer unido ao outro nas tormentas e festividades.
Amar é respeitar o outro e promovê-lo em seus talentos e dons. É não querer sufocar. É não fazer do ser desejado um latifúndio improdutivo que receia em ser invadido ao menor sinal de desilusão.
O amor é nobre e gratuito. É um desafio profundo de quem se arrisca na coragem de amar. (Thiago Camara)
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Dias amargos
Seus dias eram
amargos. Todos escondidos com um sorriso dissimulado. Era a caçula de seis
filhos. Apesar de sempre ter as atenções voltadas para ela, metera na sua
cabeça que os pais não se importavam com seu crescimento. Eles trabalhavam duro,
em horário comercial, para poder sustentar a penca de crianças que bagunçava a
modesta casa de três quartos. Com carinho era tratada pelos irmãos. Só que
descobrira que simulando um jeito ranzinza e de perene insatisfação conseguia
mais do que o desejado.
Já adulta,
amargurava as escolhas do passado. À personagem, que interpretava na infância,
se acostumara. Não conseguia mais tirar do palco aquela que por tantos anos foi
seu álibi e sua fonte de prazeres inesgotáveis. Na escola e na faculdade não
encontrou quem pudesse cair na sua armadilha de ser sempre a vítima do mundo.
Seguia seus dias sem alegria. Mas o sorriso disfarçava sua insatisfação. Era
difícil admitir que seu jogo de cena a levou para um buraco profundo de
solidão.
Resmungava. E
nada mais lhe parecia valer à pena. Sua vida esperava uma chance de mudar. Até
que num raro momento de leveza e sinceridade... Um simples encontro no café da
empresa em que trabalhava a aproximou daquele colega. Seu coração, que vivia
abarrotado de mágoas, nunca percebera o olhar malicioso do companheiro de
andar. Passaram a encontrar-se diariamente, no meio da tarde. Ela reluzia de
esperança. Sonhava em livrar-se do buraco em que se encontrava. Ele, com seu
jeito cortês e agradável, arrancava boas risadas daquela que só se permitia
sorrir forçadamente.
Começaram a
namorar e, como se sabe, no início tudo são flores. Se distanciou, de fato, do
seu papel de toda vida. Até que nos primeiros desentendimentos, não resistiu.
Como deixar de ser vítima e perder discussões, deixar de fazer sua vontade,
conceder ao outro a honra de sair vitorioso sobre ela? A primeira discussão foi
feia. Mas sua capacidade de interpretar fez com que o namorado voltasse atrás e
abandonasse sua razão. Seguiram assim até completarem nove meses. Sufocado, no
desespero de sempre precisar agradá-la, ele se viu cada vez mais distante de si
e não agüentou... Pediu demissão, trocou o número do seu celular e voltou para
sua cidade, no interior. Ela desesperada viu-se afundando mais uma vez no
buraco da solidão. Mas, como sempre fizera durante toda a vida, logo estampava
um sorriso para disfarçar sua dor.
Agora tinha
tempo de sobra para culpá-lo. Mais do que para perdoá-lo do abandono abrupto e
entender as razões para o seu sumiço. Chorava escondido, nutria sua raiva
constante por Deus e pelo mundo. E de tanto olhar para suas lamentações, perdia
mais uma vez a chance de reconhecer nela mesma o motivo dos seus dias
continuarem a ser amargos. (Thiago
Camara)
domingo, 29 de abril de 2012
A força da coragem*
Para onde foi
aquela coragem? Aquela gana de ser atirado. O jeito impulsivo e ousado. Parece
que ficou à margem do rio da existência que passa sem clemência e leva a
inocência para longe daqui.
Quisera voltar
no tempo e vasculhar os momentos em que a aparência correspondia à essência de
um ser destemido e vital.
Um passo em
falso foi duro. Como um golpe abrupto que trouxe para a luz o escuro. E apagou
o brilho mais puro de um ser diferencial.
E de repente
chegou a mesmice. Aquela velha chatice de em tudo perceber a idiotice que é
repetir um proceder normal.
Nada mais
desumano esperar que igualar pensamentos seja um alento para os corações
sedentos por algum ideal.
Ser diferença é
fazer a experiência de que é nobre cada existência.
A essa altura a coragem nada contra a força do rio
para voltar à nascente. E ser força recorrente neste mundo de histórias tão
desiguais. (Thiago Camara)
*Texto livremente inspirado no filme Histórias Cruzadas (The Help). Um dos melhores que já vi em toda a minha vida.
Veja o trailer:
domingo, 8 de abril de 2012
Mega Missões
Foto: David Zapata
Foram só dois
dias do feriado da Semana Santa, mas que pareciam uma semana inteira. Saí cedo de casa, muito antes de esperar
o sol nascer. A “Cidade Maravilhosa” ainda acordava e eu me preparava para
iniciar uma Mega Missão com a Juventude Missionária. Imitar Jesus Cristo e seus
apóstolos na alegria, na assistência e no contato com seu povo, mais
especificamente o de Araruama, litoral do Estado do Rio.
O clima no
ônibus ainda era devagar como se os missionários estivessem guardando forças
para os dias que se seguiriam. Seus gestos eram espontâneos, suas faces
alegres, o jeito de falar, simples. Estavam ali em busca de algo mais. Iam além
da rotina dos grupos e movimentos da paróquia. Falar de Jesus era um
privilégio. E lembrá-lo em meio aquela Semana Santa era fazer memória de sua
Paixão, Morte e Ressurreição.
Alguns
missionários ficaram à margem da Lagoa de Araruama. O cenário não poderia ser
mais bíblico. Fechava os olhos e imaginava que ali Jesus poderia ter caminhado
com seus discípulos e numa daquelas barcas, na areia, subido para pregar aos pescadores.
Outros foram levar a palavra libertadora de Jesus ao cárcere humano de um
lixão. Os relatos de que haviam moscas e urubus disputando espaço com os
catadores de lixo me deixaram perplexo. Mas na coragem dos missionários que ali
estiveram, vi a presença real do Cristo. Ele que visitava lugares e pessoas que
a maioria desprezava, não deixaria de estar com aquele povo mesmo em meio a
tanta sujeira.
Nas visitas às casas e nas celebrações nas
capelas e na Matriz de São Sebastião, a alegria e acolhida aos missionários era
experimentada. As histórias de vida eram inúmeras. O sofrimento, presente em
todas elas. E a fé na certeza de que naqueles dias aquele povo ainda ia
experimentar a Ressurreição.
Missionários "loucos" por Jesus na Praia do Hospício |
Na Vigília
Pascal, depois de exaltarem o Cristo Ressuscitado através do Hino de Louvor
(Glória), os que esperaram o cumprimento da promessa, viram e sentiram uma
verdadeira “Chuva de Graças”. O Deus fiel deu uma clara demonstração de amor ao
seu povo. A resposta só poderia ser de extrema alegria como se viu ao final da
celebração, em plena praça, em frente à Igreja. Jovens de todas as idades
pulavam, cantavam e dançavam a certeza de que o seu Jesus é um Deus de Mega
bênçãos, Mega projetos, Mega amor, Mega doação e Mega serviço.
Por tudo isso,
nossos olhos precisam brilhar a luz de Cristo vivo!
Coragem
Missionário!
Obrigado Juventude Missionária,
Thiago Camara
Neste vídeo você vai conhecer o serviço da JM na Semana Santa 2012!
Neste vídeo você vai conhecer o serviço da JM na Semana Santa 2012!
quinta-feira, 5 de abril de 2012
A vida é agora
O entardecer na Via Appia Antica, em Roma, Itália (Foto: Thiago Camara) |
A vida não
admite ensaio. Ela acontece. E precisa de gente que queira fazê-la acontecer. É
permeada de sentido e espalha o riso de quem a soube entender. Não se limita ao
espaço físico e ecoa para além das ilusões. É concreta e quer gente reta que
não faz do seu dia-a-dia uma grande encenação.
A vida acolhe os
sofridos e estimula os indecisos a seguir sem hesitação. É fonte de alegria e
esperança, na certeza que o grito pode extravasar a opressão. É o sorriso da
criança, é o passo da dança que traz à tona a lembrança guardada em algum
porão.
A vida é feita
de escolhas. Ninguém pode se eximir daquilo que lhe cabe. É como a folha que
nasce para ser sombra, mas precisa do caule para lhe sustentar. É a partilha vivida, é a companhia expressada,
o olhar de estímulo e a carícia declarada.
A vida tem suas
consequências. Um dia ela cobra de volta o que a gente lhe fez. É cercada de erros e acertos. Pode renovar a
inocência e revelar que a essência é muito mais valorosa que a aparência.
A vida não tem “replay”.
É de cenas únicas e raras que precisam ser aproveitadas em cada instante, senão
passa. Morre e deixa de ser vida. (Thiago Camara)
quinta-feira, 8 de março de 2012
A Beleza Mulher
A beleza não se esconde. É crescente
e exposta todos os dias em que acorda.
De manhã não se agita. É calma e
sempre morosa no início do dia.
Quando se levanta a beleza explana
sua alegria e vontade de vida.
Desfila seu encanto e traz ares de requinte
aos lugares por onde passa.
A beleza não se perde. É renovada
todo dia, no momento em que se faz menina.
Ela tem dengo, charme e ginga. Está
sempre a procura de um alento.
À espera do momento que se pode
transformar.
A beleza só precisa de um pretexto
para se tornar mulher.
Todo dia, a cada hora, instante.
Seja neste oito de março ou
qualquer outro, a beleza será sempre sinônimo de você mulher.
Feliz Dia Internacional da Mulher!
Thiago Camara
terça-feira, 6 de março de 2012
Cárcere
Vivia num
cárcere. Seus gestos eram milimetricamente calculados. E até se acostumara a
ser comedida na fala, no sorriso e no pensamento. De uma criança alegre e
ousada, tornara-se uma adulta desconfiada. Tudo ao seu redor poderia ser sinal
de ameaça. Não sabia mais se relacionar com leveza. E seu discurso era, às
vezes, abrupto e descontrolado. Todos tinham medo de chamar sua atenção. Aos
poucos, afastava de si os amigos, os colegas de trabalho e os familiares. E se
afastava de si mesma.
E vivia num
cárcere. Repetia suas atitudes diárias como que em movimentos simulados.
Chegava em casa correndo para deixar o jantar à mesa. Precisava cumprir o
protocolo de recebê-lo envolvida no avental que ele dera a ela. O marido, como
de costume, entrava em disparada para o banho. Envolvido com seus problemas de
trabalho, não notava o vai e vem da esposa para agradá-lo. Ela, por sua vez, se
saciava só em vê-lo devorar os quitutes que fizera. Não trocavam muitas
palavras.
Era um cárcere.
A cama era o único lugar onde se comunicavam. Ele reclamando dos defeitos e deslizes
dela. Ela calada, tentava esboçar uma reação, mas tinha medo do que sua atitude
poderia gerar. E seguiam construindo uma vida de aparências. Nas redes sociais,
os poucos momentos em que ainda se divertiam eram estampados, compartilhados e
curtidos. Ela conseguira, a muito custo, a autorização do marido para expor o
casal para Deus e o mundo. Era ali que conseguia respirar um pouco de
liberdade. Mas dentro de casa era um cárcere.
Um cárcere. Tinha dificuldade de romper com
esta situação. Tinha medo da liberdade. Não sabia o desconhecido que seria sua
vida sem a presença do marido. Tinha medo de dar o primeiro passo. Tinha medo
mesmo da sua felicidade. Acomodada, ela raramente se dava conta que a falta de
atenção a incomodava. No fundo tinha esperança que sua vida voltasse a ser das
alegrias dos primeiros encontros.
Cárcere. Presa,
ela não se sentia sufocada. Era como se esta situação fosse a única solução
para sua vida. Não havia possibilidade de mudança. Estava fadada ao insucesso.
Esquecera até que nos tempos de escola era ela quem ganhava todas as medalhas
de ouro nas competições de natação. Estava resignada à condição frustrante de
viver sem perspectiva de lutar pela sua vida. Porque até a sua alma estava aprisionada. Sem forças, ela
tentava também atentar contra a própria vida, mas se dera conta que morrera
desde o primeiro dia em que se sujeitara a viver no cárcere. (Thiago Camara)
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
"A vida da gente"
A personagem Ana Fonseca pode se conhecer melhor na trama das 18h |
“A vida da
gente” faz jus ao nome escolhido para o folhetim das 18h, da Rede Globo. Como um primo meu, psicólogo, costuma dizer:
“esta novela é toda trabalhada na relação”. As cenas se passam, normalmente,
entre duas pessoas, com closes em seus rostos e realce em suas expressões, e os
diálogos são os verdadeiros protagonistas da trama escrita por Lícia Manzo.
No início da
novela chamava atenção o fato da história não possuir nenhum vilão e ao mesmo
tempo conseguir fazer sucesso num horário pouco nobre. Mais do que isso. “A
vida da gente” conseguiu trazer para a ficção dramas reais e dilemas
verdadeiros que vão muito além das maluquices de personagens caricatos que
temos aos montes na televisão brasileira.
É, também, um
folhetim que deu espaço para o autoconhecimento. A personagem de Fernanda
Vasconcellos, Ana Fonseca, principalmente nesta reta final da trama, faz uma
viagem para dentro dela mesma. E descobre, a partir dos seus sentimentos e
ações, que a pior mentira é aquela que dizemos para nós mesmos. Que se esconder
e simular seus desejos para satisfazer, sempre, o que a mãe, brilhantemente
representada por Ana Beatriz Nogueira, projetava nela, pode ter sido o grande
vilão da sua história. Quando abrimos mão de sermos os protagonistas do enredo
que é nossa vida, corremos o risco de sermos marionetes nas mãos de quem tem
influência sobre nós ou passamos a viver controlados pelos nossos sentimentos e
emoções. Ana percebeu que, habituada a repetir gestos que ela pensava ser o
melhor para ela, nunca tinha tido a oportunidade de encarar suas escolhas de
frente. Terceirizar nossas decisões pode ser um artifício para não nos
depararmos com os duros fatos que nos cercam, mas podem evitar uma surpresa
inesperada no futuro. Foi o que aconteceu com a personagem de Fernanda.
Falei da
protagonista, mas posso citar vários outros personagens que também encaram com
dureza suas realidades. Como o casal Cícero (Marcelo Airoldi) e Suzana (Daniela
Escobar) que se descobre distante e esfriado em sua relação. Quando a esposa
resolve expor a situação, o maridão se veste de todo poderoso e impregnado por seu
orgulho rejeita recuperar a relação a dois para esconder a responsabilidade da
sua ausência por estarem naquela situação.
Quem disse que
um produto audiovisual na TV aberta não pode nos fazer refletir? Quem subestima
a audiência, achando que num horário mais nobre este tipo de história não vai
fazer sucesso? Os que ficam com uma visão cristalizada dos meios de comunicação
como grande mal da humanidade não vão perceber que “A vida da gente” presta um
grande serviço público ao deixar no ar, entre as cenas transmitidas e a
assimilação da audiência, um espaço para as pessoas refletirem sobre as suas
escolhas. Além disso, a novela revela que sempre é tempo de mudar. E recomeçar
só é próprio de quem tem a coragem de se aventurar na busca de si mesmo. Assim
seremos melhores internamente e com certeza os que estão a nossa volta serão os
mais beneficiados com isso.
Mais importante
do que descobrirmos com quem Ana Fonseca vai ficar no final, se casará e se será
feliz para sempre, é percebermos de que forma a vida da gente pode ser
impactada com as verdades que a ficção nos fez a gentileza de expor na telinha. (Thiago Camara)
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
O coração que ama
Tava faltando
você chegar para meu coração de novo se alegrar. Ele andava abatido. Batia
devagar, mas reacendia na esperança de te ver voltar. Ele sorria tímido, talvez
se guardando para te reencontrar.
Eram muitos
sentimentos que se acotovelavam dentro do coração. O que mais chamava atenção
era o amor. Ele carregava consigo a saudade, alegria, a paz e a liberdade. O
coração sabia bem que sem a liberdade o amor não vai à frente. Ele fica murcho,
esmorece até desaparecer de dentro dele. Então ele, que não queria ficar vazio,
tratou logo de abrir espaço pra liberdade. Foram os dois preencherem o coração que
a reboque chegaram os outros sentimentos. Era a saudade que conversava com
alegria, a paz que já era íntima da liberdade...
De repente, o
coração, aliviado, nem se deu conta. Você tinha voltado para tomar seu espaço
que estava ali, guardado, entre todos os sentimentos que haviam se acomodado.
E ele voltou a
se alegrar. Estava mais vivo. Batia intensamente. E o sorriso foi logo
denunciando a vontade que aquele coração tinha de continuar te amando. (Thiago Camara)
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
O Desfile da Vida
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