sábado, 28 de janeiro de 2012

A vida do mar



O Mar Morto é na verdade um grande lago de águas salgadas (Fonte: o eco)


E se o mar resolvesse parar de se movimentar. Decepcionado com tanta luta, em vão, para sua conservação, sucumbisse ao desânimo? Abandonaria o vai e vem das ondas para dar lugar à calmaria de uma vida desiludida. Seria ele rebaixado à condição de lago. Diminuiria sua capacidade de ser berço de inúmeras espécies. Somente algumas sobreviveriam sem as correntezas que o mar se negaria a produzir.
O homem seria também afetado pela inexplicável interrupção dos oceanos. Pescadores, surfistas, mergulhadores, velejadores e, tantos outros, fatalmente estariam desempregados. Qualquer ofício que se relacionasse ao mar estaria fadado ao insucesso.
Firme na sua decisão, o mar assistiria sua beleza definhando, sucumbindo. De um grande agregador da vida, suas águas passariam a ser depósito de morte. Restos de animais se aglomerariam em seu fundo sem que uma onda, um movimento fosse capaz de levá-los para outros caminhos. As pessoas já não o olhariam com tanto fascínio. Sua jornada passaria as ser sozinha, sem as visitas constantes que se viam nos dias em ele batia.
Diante de um cenário tão hostil o mar deixaria de ser um pouco egoísta e resolveria voltar atrás em sua calmaria. As ondas bateriam fortes novamente, as correntezas movimentariam os seres que dela dependiam, e o mar pensaria: “ficar parado não produz vida e não me traz alegria”. (Thiago Camara)